19 de março de 2008

Prosa Hermética 23

Vão-se os dedos e nada fica.
Chutes na porta. Ossos de vidro. Pessoas em trânsito. Para onde vão?
Em vão. Sem olhar para trás. Seguindo as conveniências. Em vão.
Palavras perdidas, injustificadas, vãs.
Então eu vou. E que se danem as quimeras. Implodiram minhas esperanças pictóricas.
Tudo é cinza e brincar de colorir é exercício infantil. Amigos são os que estão na mesma direção, os outros são passantes, cruzadores, distração.

6 comentários:

Bárbara (B.) disse...

"Tudo é cinza e brincar de colorir é exercício infantil."

Tem realidade mais cruel que essa?

Sr. Personna disse...

Palavroso...
Ah, suas palavras se somam para além do conteúdo.
Muito aprecio!

Priscila disse...

Teu blog é beeem interessante, Johnny! Comentei neste porque foi o último post, porém simpatizei muito com a narrativa abaixo, de períodos curtos, secos, ritmados.

Apareça no Cinco Espinhos.

Leo Lemos... disse...

MARAVILHOSO
MARAVILHOSO
MARAVILHOSO
MARAVILHOSO
MARAVILHOSO
MARAVILHOSO
MARAVILHOSO
MARAVILHOSO
...

mil vezes.
Parabéns...

Dori disse...

Desculpe, mas sua prosa nada tem de hermética. Ela é escancarada. E absurdamente bela. Parabéns!

Abraços.

Johnny Kagyn disse...
Este comentário foi removido pelo autor.