Apaguei a última frase. Seria a primeira. Perdeu-se. Travo um diálogo com a próxima possibilidade, o próximo erro. Meu passo é incerto. Meu acerto é inapropriado aos meus passos. Eu sou o centro de um mundo reduzido, abandonado, desconhecido, secundário ao nada. Alimento-me de tudo. A digestão é lenta. Tenho fome. A náusea me define. Ao vomitar o alimento é despejado de forma desorganizada e nojenta aos alheios. Contos os dias, não tenho data. O dia chegará ou já passou? Contos sem idéias, meus dias passam assim. O quanto já passou enquanto espero? Imãs para o impropério desajustado e inculto. Curta mágoa. Apertaram o botão da desistência. Apegar-me á quê, quem, qual? Entregar-me a mediocridade dos rituais do relógio mundano. Persistir? Palavras bonitas para cegar qualquer noção de realidade. É mais fácil estar quando não se é – repetição inócua. É mais fácil ser quando não se é – repetição oportunista. Comprar um frasco de otimismo, envenenar-me, morrer de alienação idiotizante. Escreverei um livro de auto-ajuda. Eu ainda conto piadas. Eu ainda rio de tudo isso. Tudo isso é uma piada sem fim. No fim eu ainda rio de minha auto-piedade. A náusea me define.
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